quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Livre e inteiramente só

Não negarei em nenhum minuto que neguei! Neguei a verdade e ainda nego se preciso. Neguei a alegria que me fez doer. Recusei o ponto de partida e recusei a ponte que atravessava. Recusei os maus olhos que me viam e recusei a vontade que ainda amava. Recusei as opiniões que ainda me gritavam aos ouvidos, recusei o silencio que me falava. Recusei as poucas palavras que tu dizias, recusei as muitas palavras que me faltava. Recusei seguir em frente e mais ainda voltar algumas horas. Recusei aceitar o que disse, neguei amar o que falava.

Suicídio Social - Por Dioh.

Chega ao fim a primavera do amor, não existe mais a embriaguez da felicidade, só sente dor, desesperada e decidida ela só enxerga uma solução, prefere não sentir nada do sofrer, fria agarra o instrumento de sua obsessão. Primeiro um clique, depois dois, e uma ultima pergunta paira no ar – Você tem certeza? E com mais um clique certeiro ela põem fim seu Orkut, tudo uma vida se esvai, não precisava mais se preocupar, foi para outro mundo, um mundo onde ela não pode ser mais encontrada, a não ser que ela queira.

Esquina I


Seria numa quarta-feira de primavera. A buganvília meio roçando e lavando a vidraça da janela. Ela havia acordado antes do despertador e aproveitando a despedida da madrugada, iria ao jardim procurando em qualquer detalhe uma nova mudança onde a fizesse embolsar o dia. Sentiria das auras das madrugadas ao cheiro do orvalho numa pétala de flor. Sentiria o espinho, e o acariciaria. Molharia seus pés ainda quentes na grama úmida. Mudaria uma roseira de lugar. Prepararia um café enquanto ouvisse musicas e brincasse com o gato, ambos sentados num degrau. Vestiu-se de um leve e rodado vestido com rendas cor de pérolas. Esse vestido ainda meio velho se acomoda perfeitamente ao colo dela. Pentearia o cabelo como se mergulhasse os dedos em sacos de plumas. Perfumar-se-ia dos mais belos aromas, algo como se aquela fragrância ainda meio adormecesse o enceto do dia. Desligaria as tomadas, colocaria ração para o bichano. Lavarias os pratos guiando-se através de um olhar as bolhas de sabão. Levaria as correspondências para uma mochila, colocaria o jarro na mesa e organizaria as cadeiras da mesa. Aproveitaria a oportunidade, acrescentaria ao jarro mais uma flor, essa verdadeira, junto às outras já um tanto desvalidas. Passaria em frente ao espelho, pensaria em mudar de roupa e vestir um jeans, colocou uma gargantilha de prata com pedrinhas cor de rosa de sua biza. Trancaria a porta, aprumaria o tapete, afastaria o espada de Seu Jorge. Subiria em sua bicicleta, desceria a rampa de casa, pedalaria uns seis metro e dobraria a esquina.

domingo, 27 de setembro de 2009

Antes que tudo apague


Antes que tudo apague, quero comunicar que escrevo no incerto. Escrevo palavras corridas, algumas não pensadas e outras não vividas. Leio sem atenção os versos que eu mesma fui apta a minutar. Isso me permite percebe como tudo anda empoeirado, como minha gramática anda escassa e como a ortografia envergonhada. Escrevo notas a fio e ainda, por fim de um texto coerente, me falta engenho. Em cada frase desenrolada uma pausa para aceitar os verbos e corrigir os desatentos. Como se a maquina que aqui escrevesse, produzisse mais que o autor que finge pensar.

*"Antes que tudo apague" referi-se ao atual problema com o meu notebook.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Vão-se os dentes e conservar-se o sorriso.


A qualquer momento podemos perder tudo. Mas precisamos valorizar o que temos? Se o próprio ato de possuir algo implicaria numa ação de valor, devemos estimar o próprio valor? Qual o valor de se ter algo? Somos o que temos ou somos o que somos? No final, não importa o que se tem, e principalmente o valor que damos a isso. Somos apenas o que nos faz e não o que temos. Somo mais que valores... Eu tenho carro e você pernas!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Como eu vou indo...


Estou pensando em cortar os cabelos. Penso que mudo a cada instante que não me agrado da situação. Voltei a malhar, mas meu corpo dói a cada momento que penso em músculos e por incrível que pareça me sinto mais sedentária. Formatei meu computador só pela vontade de me desfazer de certas coisas. Agora vou reconstruir fotografias e escrever novos textos. Vou reformar um dos meus quartos. Parei de freqüentar bares baratos, estou bebendo mais em casa, pois posso usar o banheiro confortavelmente. Baixei algumas receitas num site de culinária e aprendi a fazer cokies. Voltei a estudar o feng shui e tenho lido bastante sobre pedras preciosas. Doei boa parte do meu guarda-roupa, “eu faço samba e amor até mais tarde e tenho muito sono de manhã”... Descobri que gosto de dá aulas por mais que eu fale pouco. Tenho pensado muito sobre minhas companheiras de quarto e compreendido que a cada dia me sinto um pouco mais feliz. Estou planejando uma viagem, reencontrar instantes especiais. Vou terminar de assistir Capitu e começar a ver A Vida Privada. Tenho permanecido mais em silêncio e gritado mais. Me interessei sobre caminhos e venho trilhando sonhos.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Bonequinha de Luxo, Maria Clara e Beatriz


"Olha... Será que ela é moça? Será que ela é triste? Será que é o contrário? Será que é pintura? O rosto da atriz... Se ela dança no sétimo céu? Se ela acredita que é outro país? E se ela só decora o seu papel? E se eu pudesse entrar na sua vida... Olha... Será que ela é de louça? Será que é de éter? Será que é loucura? Será que é cenário? A casa da atriz? Se ela mora num arranha-céu? E se as paredes são feitas de giz? E se ela chora num quarto de hotel? E se eu pudesse entrar na sua vida... Sim, me leva pra sempre, Beatriz! Me ensina a não andar com os pés no chão? Para sempre é sempre por um triz! Aí, diz quantos desastres tem na minha mão? Diz se é perigoso a gente ser feliz? Olha... Será que é uma estrela? Será que é mentira? Será que é comédia? Será que é divina? A vida da atriz. Se ela um dia despencar do céu? E se os pagantes exigirem bis? E se o arcanjo passar o chapéu? E se eu pudesse entrar na sua vida?"
Beatriz - Chico Buarque

Amanhã, será pleno!

Postagens rápidas. Pulo da cama, faltam 15 minutos para um dia novo. Arrisco não achar algum aforismo na memória de um ontem, minha cabeça a mil por hora com coisas desimportantes que precisam ocupar espaço no meu novo dia. Tomo o café e queimo a língua. Não lembrava ser tão amargo. Troco de roupa e coloco a primeira da gaveta, alguém um dia falou que eu era péssima em combinações. Mau olho o espelho. Mas enquanto passo a vista, reflete olhos inchados e perdidos, um rosto fundo! Organizando papeladas e livros, pesquiso também agora, o significado da palavra solidão. A rua da aurora como sempre lotada. Na calçada de uns amigos vizinhos ainda vasilhames quebrados. Foi uma noite difícil, mas eles me fizeram um leite quente e me acalmei! Passo pela cidade e entre paralelepípedos velhos acho bons ângulos para um melancólica fotografia. Ainda me resta isto! Mas essa semana, preciso de novidades "novas"! "Amanhã, apesar de hoje ser a estrada que surge pra se trilhar”

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Serão páginas em brancos


O que me adiantou as palavras? Escrevi em cada frase o sentimento que eu afrontava experimentar. Não coloquei nas entrelinhas e não mascarei os verbos. Fiz poemas e versos e por infelicidade do autor me vi em uma crônica. Já não sei se volto a escrever. A literatura foi a mais fingida de todas as artes. Escrevo, explicito e narro! E são tantas palavras. Engulo as vírgulas, esqueço os acentos e que merda, isso não é pra mim. Do que adianta escrever se ninguém entende. Agora, não vou mais “reticênciar” o que escrevo. Nem argumentar minhas decisões. Escrever não tem nada haver com o amor!

domingo, 20 de setembro de 2009

Eu amei, mas já não éramos.


Existem palavras que já não são ditas. Algumas se perderam no tempo, outras se perderam de nós. É como se tivéssemos apagados alguns sentimentos que dantes talvez, pronunciado de forma errônea. Agora, já não sei se são esquecidos, transformados ou despedaçados os significados. Apenas silenciadas, que quiçá voltaremos a falar. Veja, porém que não confirmo tal argumentação. Talvez, já fomos algo e logo passou. Talvez, somos e não erramos em ter sido. Não erramos em começar, não erramos em acreditar e talvez até, nem erramos em ter esquecido. Não vou saber se amou, mas eu amei!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

"O dia em que você me salvou de ser alguém que eu nunca tive vontade de ser"


Talvez, anjos existam! Hoje eu não quis acordar, matei aula e me perdi nos sonhos que não passaram de esperanças céticas. Quando enfim o meu dia se fez em calendário, quis ficar na cama, ouvir músicas, pensar em não pensar mais. Caetano cantava algo como ”Eu te quero (e não queres) como sou. Não te quero (e não queres) como és”. Tentei escrever algo, mas percebi que a poesia que me faltava na noite passada, ainda se fazia ausente hoje. Pensei, deve ser isso, algo como tristeza, saudade e solidão. Aceitei o “branco” das palavras, ou talvez dos sentimentos. Sabia que não ia dá em nada, nos últimos dias não tenho conseguido inspiração. Fui rever alguns amigos, mas ainda me sentia estranha, sei que há qualquer coisa que ainda me perturba, voltei pra casa rapidinho. Voltei a ouvir músicas. Um cara que se faz presente entrou no meu quarto e falou, “antes que você se afunde em sentimentos, vamos tomar uma cerveja? ” Pensei, ele dever ser um anjo! Tomamos duas cervejas no bar ao lado enquanto proseávamos sobre a vida e a tarde caía. Três horas depois voltei para alguma coisa que deveria parecer uma casa, abracei e sentir um vazio ainda maior. Alguma coisa mudou! Quando vi, esqueci como era boa a sensação do vento que embaralhava meus cabelos, esqueci de sorrir na despedida, esqueci as chaves do apartamento. A noite foi passando e talvez o meu desatento tenha servido para alguma coisa. Falei, falamos... Calamos! Subir as escadas como se tivesse deixado alguma parte de mim em algum lugar que me completava. Dessa vez, fechei a porta do quarto, mas eu estava só. Pensei em cair na cama, dormir, ter uma noite como o inicio da manhã. Resolvi ligar o computador, olha o e-mail, atualizar o blog, quem sabe agora eu consiga escrever algo, nem que sejam dois ou três versos tristes. Anjos possam existir... Era uma moça que por outros já ouvir falar, mas já li muito sobre ela. Ela gosta de escrever e sabe muito bem como é difícil escrever com naturalidade coisas tão pessoais e ainda dá um quê de poesia e de promulgo nas palavras escritas. E foi exatamente assim que ela fez eu ganhar o dia. Foi exatamente assim que percebi que ainda sou alguma coisa. Ela falou coisas de mim, que poucas pessoas ousam falar. Ela tirou da gramática um vocábulo que nem em meu diário se aventuro encontrar! Como foi bom ler todas aquelas palavras depois de um dia triste... Ela falou que meus textos de alguma forma eram importantes pra ela, acho que é aí que estamos unidos! Tom Jobim certa vez falou para sua irmã que a literatura é a mais bela arte de todas as artes, mas também era a mais triste. E só quem escreve sabe disso. E ela me fez voltar a escrever. E quando numa noite, eu acho que dois anjos eram suficientes, um terceiro aparecer. Ele ta muito longe de mim e muito junto dos meus sentimentos. Por fim, termino o texto e a noite escrevendo sobre anjos que me alegram, que sabem quando aparecer e quando falar as palavras, essas que dou tanta importância... E meu dia se fez melhor!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Algumas frases vazias

Hoje, não consigo guiar as palavras. Talvez, agora, o silêncio fosse o melhor que eu poderia escutar. Enquanto as palavras tomam coragem, vou parar no tempo e me perder no espaço. O mundo parece de cabeça pra baixo e estou só.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O Tempo


Qual seria a próxima data comemorativa? Minhas emoções são catalogadas em calendários. São experiências novas no romper do ano, quem sabe o Stº Antônio nas festas juninas tenha contratado panteões inexperientes, ou vamos levar em consideração os Sabás do calendário Wicca. Os dias passam e nós sempre residimos com a sensação de ter estagnado no tempo. A busca infatigável por uma adrenalina que nos faça colidir com surpreendente. E surpreender-se com os mesmos acontecidos? São as mesmas surpresas, por vezes as mesmas decepções, e a roda da vida gira com uma velocidade louca que nos enturva a visão nos embaralhando os fatos, os sentimentos e até mesmo as mesmas surpresas. Somos apenas novos fatos em um calendário arcaico! “Surpresas nunca acontecem quando mais precisamos dela.”

domingo, 13 de setembro de 2009

Tudo Rejeita e Quer


Você me diz que sou mimada, vejo em você o desatento. Você chega querendo sair e eu espero com frio na barriga. Você é o reflexo do que quero e eu sou o espelho empoeirado. Você me diz que ama, mas não sabe quando. Eu digo que já não sei desde quando eu amo. Você fala sobre o dia a dia, eu costumo falar do passado. Quando você vai, eu fico! E quando eu vou, eu fico! Você já sem tempo e eu aguardo. Quando frio você corre e eu abraço. Quando dormimos, você adormece e eu sonho. Sinto saudade e você apenas... Também!
“Cada um sabe a dor e a alegria de ser o que é.”

Enquanto o tempo passa

Quero me tornar uma pessoa mais culta. Quero ler os livros das minhas estantes e saber mais sobre a Bossa Nova. Quero ouvir as músicas e entender as estórias. Quero assistis aos filmes e refletir sobre os contos. Quero um terço do Brasil em meu corpo e quero apenas um pouco do mundo em mim. Quero sentir a fome do mundo e valorizar o apetite com que vivo. Quero ler os olhos de Mahatma Gandhi e meditar sobre política. Quero cruzar os braços para escrever sobre a vida. Quero comprar temperos e cozinha para os fantasmas. Quero beber o vinho e sentir o gosto da cachaça. Quero fotografar as flores e revelar os espinhos. Quero ler as poesias e ouvir Vinicius. Quero ler Goethe e recitar Dos Anjos. Quero dançar um samba e chorar com Lirinha. Quero entender as coisas e saber vive-las. Quero escrever sobre as fotos. Quero fotografar o que vivo. E quero viver o que escrevo. Quero me tornar uma pessoa mais culta.

sábado, 12 de setembro de 2009

Cordas


Violões e relógios, bonecos de corda, no compasso marcando o tempo pra você. Minha boneca e senhora, vê se a tempo acorda no compasso cantando o tempo pra você. Eu te prendi na redoma do mundo das horas, corto a corda, parando o tempo pra você. Sou teu boneco que chora, fantoche se enrola nas cordas quando toca o tempo pra você... Mas quero cortar o que me prendi, tudo. Pra mostrar-te a liberdade besta. Apresentar-me solitário e mundo. Cortar as cordas que terço essa queixa.



(Baluarte - Erik de Almeida/ Pedro Paz)

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Nessa manhã, nenhuma flor brotou.


Ela sempre seria sua Flor, era o que ele costuma dizer enquanto regava o seu jardim. Ela foi florindo a cada dia e ele foi paralelamente a isso, modelando seu jardim como se todas as estações fossem apenas para fortalecer aquele sentimento e para fazer da flor, a mais bela. Mas as estações foram passando e o outono por fim, chegou. E junto a ele veio o silêncio e algumas palavras secas. Ela falou que algo mudou, a flor como toda fina flor não dura pra sempre e pra ela o fim era concedido... Algo mudou! O que teria mudado? Poderia ser o amor, às vezes modificamos os sentimentos sem deixar de existir. Mudaram os tempos, o tempo passou entre eles e hoje resistiam em ponteiros opostos e era tempo de mudar. Quiçá não precisaria de esclarecimentos. As explicações nem sempre concertam os fins. Alguma coisa mudou. E esta se tornou sua única argumentação. “... E uma rosa nunca mais desabrochou e eu não quero mais ver você.” Ele olhava fundo em meus olhos e me falava que doía, doía muito e achava que não estava pronto pra isso, ele não estava! Que ela transtornara tudo em sua vida quando entrou nela. E mais uma vez modificara tudo, mas dessa vez, quando partiu. Ele se encontrava só, e se houvesse outras, nenhuma teria o sorriso dela e nenhuma flor seria como ela. Entre uma ilusão ali e um relacionamento causal, acreditar em amor hoje em dia incluiria acreditar acima de tudo, na inocência de um sentimento que vai além de companheirismo e da necessidade de se sentir amado. Nunca entendemos os fins, porque nessas horas o inicio parece ser tão presente? O que resta? Será que ela se sentiu longe do mundo dele? Será que ele deveria ter sido mais perfeito do que foi? “O Sol está sempre lá, todos os dias, Ele sempre está presente em qualquer das situações e de repente Ele não ta mais lá. Quando menos esperamos, Ele não está mais lá e foi isso que aconteceu... Mayara era meu Sol.”

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O que me veste, é o que sentir!

Coloquei meu tecido novo e por mais que jovem, era um branco quase encardido, desbotado pelo tempo que esperei o momento certo chegar. Era uma saia rodada, bordada com rendas que fiz enquanto aguardava os dizeres com desculpas que auferirias. Porém, nem os dizeres, nem as desculpas e talvez, nem as rendas foram revelados de bom grado. Na cintura, brilhantes, como quem espera o amor chegar, era aquele detalhe de puro, verdadeiro e sincero... Qualquer coisa semelhante a algo que não ousastes sentir! Ela continha umas pregas, um tecido que retorcia sentimentos e amassava as esperanças, como quem retorce e amassa o coração. Quando em ciranda girava, erguia como se sustentasse meu corpo e me contornasse os movimentos. Era a dança da solidão. Seria translúcido o pano daquela saia se não fosse o forro que disfarçasse aquela transparência, assim como certos sorrisos que disfarçam dores encravadas e escondidas. O que me vestia naquele instante, não era o pano que me cobria, nem as rendas que me fizesse bordar, era a solidão que se encontra no branco, no branco desbotado da solidão que me fizeste sentir! “Nada é uma palavra esperando tradução.”

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Enquanto ele dormia, eu acordei!


As primeiras grafias que aqui registro, seria para interpretar o sono que por fim adormeço. A insônia que já não me amofina durante a noite que clareia, persiste na escuridão que se ver em pleno dia. O sono que me sobrecarrega fecha mais que meus olhos; fecha o corpo, fecha o espírito, fecha a saudade, cerra a vontade de acordar. E faço do sono uma desculpa para adormecer por mais que meus sonhos já não me iludam e tão pouco se consolidam. E disfarço sonhar com os bancos que me adormecem, dissimulo sonhar com o frio que me congela o pensamento, engano sonhar com a realidade que me sustenta, finjo por fim, sonhar que meus sonhos não passem das primeiras grafias que aqui escrevo... Entretanto, se por felicidade hoje, eu não pudesse mais despertar!

Perfil

Eu sou muitas cores em um retrato em branco e preto, e tentam me clarear talvez por ser assim, nem tão por muito ou pouco Clara as frases que escrevo e imagens que representam minhas evidencias! Sou um pouco do escrevo, do que fotógrafo e do que faço! Um tanto conceitual nada convencional!
"Minha alma Clara, só quem é Clarividente pode ver!"

domingo, 6 de setembro de 2009

Eu, Nós e Eles Fazem!

Enquanto fazia amor, minha mente divagava, fui além de nossos corpos nus ou da transpiração. Fantasiava algo mais que libertino, veio-me a idéia do que seria mais real do que aquele momento. No instante que tudo era apenas ilusório, me sentir entregue a um anseio que me negava arquitetar ... Fizemos dos movimentos, arquiteturas monumentais com curvas agudas e arranjos simétricos com ritmos duos. Sabíamos aonde chegaríamos, no entanto não cobiçamos chegar no tempo. Era uma pressa, de já não ultimar a vontade. E ali ficamos dinâmicos no ensejo de possuir algo mais do que o outro, do que nós mesmos. Enquanto fantasiávamos amor fomos além de carnes, sementes de nossas próprias almas ... Eles eram inspiração, mais que transpiração. E eram almas entrelaças, que pela leitura de suas sombras de duas, compreendia apenas uma. Uma compostura nada conceitual, nem tão pouco convencional.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

MSN - Por Danilo Reis


Ela me perguntou como estava a noite, eu disse que bebia e planejava aula. Ela disse que gostaria de ser minha aluna, minhas aulas deviam ser divertidas. Pode apostar, respondi. Acabou confessando que preferia espanhol. Eu falei que francês era melhor, a gente só pode falar de amor em francês. Ela disse que não estava mais em João Pessoa, tinha voltado pra Rio Tinto, tava fugindo da solidão. Eu quis dizer que geralmente quando a gente corre de alguma coisa, acaba fugindo de algo que encontraremos em qualquer lugar. Mas apenas escrevi; legal, João pessoa deve ser uma merda mesmo. É, ela disse. Disse que estava de ressaca, tinha tomado todas no dia anterior pra celebrar o retorno. Devia ter me chamado, eu disse. Ela escreveu kkkkkkkkkkk, e eu a imaginei sorrindo nesse momento. Ela tem um sorriso de criança, daquelas meninas bem travessas. Sorriso com furinhos nas bochechas e tudo. Voltou pro curso? Ela disse que sim, tinha que se ocupar com alguma coisa, repetiu que não queria ficar só. Frescura, eu disse. Pode ser, respondeu. Te conheci mais exigente, escrevi. Ela disse que estava tentando trabalhar isso, eu respondi que era justamente uma das coisas que ela tinha de melhor. Mostrei um texto que tinha acabado de escrever e ela disse que tava lindo,que gostava disso em mim. - disso o que - disse que eu pegava coisas simples e transformava em algo profundo. Eu disse que já achava isso um defeito, mas tinha me rendido a ele. Ela disse que também estava escrevendo, perguntei se ela já tinha escrito algo bebendo vinho. Já, a gente troca as teclas. Rsrs. Eu disse que com o vinho escrevia bem mais do que escreveria normalmente e não sabia se isso era bom ou ruim. kkkkkkkkkkkkkk, imaginei ela sorrindo naquele dia no carro dos pais dela, quando me apaixonei por ela, a doçura dela. Fazia quantos anos? Cinco, eu acho. Ela disse que tinha um texto meu que ela gostava muito, perguntei qual, ela não sabia o nome, demorou um tempo e escreveu, esse aqui ó www.danilorreis.blogspot.com/2009/08/tempo.html. Tudo num olhar, confessei. É lindo, um dos meus favoritos. Ficamos um tempo quietos. Como se provando todo aquele tempo que nos conhecíamos, todo aquele tempo que passou por nós dois. Ei, ela disse por fim. Oi, honey. Nada, eu só queria saber se vinho te faz adormecer, não quero ficar aqui só, não agora. Eu estava cansado, tinha trabalhado o dia inteiro, tinha que terminar de planejar as aulas do outro dia e já eram três da manhã. Não, respondi, não estou com um pingo de sono. Como foi seu dia?

Um Texto Impetuoso!


Quando criança, parecia ser mais simples. Tudo não passava de algumas boas piadas, da maquiagem e um nariz vermelho. De alguns tive medo, outros me alegraram. Qual mistério teria em um palhaço? Talvez o que eu escreva aqui seja impetuoso da minha parte. Nunca coloquei se quer um nariz, e hoje sei, seria uma falta de respeito. Estou acostumada com outros mistérios, com enigmas mais científicos, porém nem muito ou tão pouco mais excitante. Sou, no entanto em alto grau, curiosa! E a presença com essas personalidades me estimula a buscar os sentidos para esse segredo. Singular! Eles trazem por obrigação conduzir sorrisos sem desvendar suas angústias! Será que há angustias, medos... Dizem que palhaços são tristes, creio ser lenda! Eles são felizes, mas o que os alegra?

A Rua da Aurora


Não seria assim um “começo”! Vamos iniciar então com “A hora de Volta”... Enquanto refaço as malas, vou lembrando como o ritmo é agitado. Como cada detalhe ganha proporções e significados. Para alguns é pura sobrevivência, mas acredito que ali seja uma pequena porção de mundo, de toda uma miscigenação de credos, culturas e principalmente de sentimentos. Se for sobrevivência, encaro o combate! É ali que quero se treinada para a vida. Conviver com pessoas muito diferentes de mim, me faz perceber que somos muito parecidas. Aceitar as diferenças ali é uma tarefa não muito fácil, pois sempre contestamos o lado de fora, mas não contrapusemos com nossos interiores. Foi ali que aprendi o que seriam limites! Aos poucos vamos moldando nossos conceitos, refazendo cada ideologia e conhecendo os nossos limites. Assim que fecho a mala, estou pronta pra voltar. O que me fez voltar? Talvez seja a bagunça organizada! Talvez sejam todas as pessoas que ali conheci e as que ainda vou conhecer. A aurora não me limitou apenas aquela rua. Fui conhecendo cada via que fazia aquela cidade e quando menos percebi, era hora de voltar. Eu fiz amigos que viraram minha família, tive experiências que não conseguiria experimentar em lugar algum e me ver fora disso me deixou sem chão. Enquanto me dava o tempo que precisava pra respirar, fui ao mesmo tempo perdendo o fôlego, me sentindo desamparada. Era hora de voltar!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O grito do silêncio que cala a solidão

Silêncio...

Que ansiedade louca, essa de perder a cabeça, de perder o silêncio, de te perder! Saber que o silencio por um instante poderia ser rompido e nada fazer pra calar o grito da solidão, me dói. Saber que em teu castelo, não passo dos portões, que nos afasta e que me isola e que te deixa impenetrável, apenas me deixa mais próxima do silêncio!





Sonho e escrevo em letras grandes, de novo!


Já dizia o Pessoa, “Pensar distrói!”. Sempre escolhi bem as palavras que uso! Foi sempre meu elo entre os sonhos que tenho e o que escrevo. Escrever é a melhor maneira de calar, segundo Clarice Lispector. E eis aí uma verdade. Escrevemos recados, bilhetes e ás vezes até lembretes. São centenas de palavras excritas por dia, noites em claro e apenas a lua como testemunhas das passagens escritas, apagadas, combinadas e intepretadas. Hoje, me aconteceu algo estranho, pela primiera vez quis ser o interprete. Por tanto li... E hoje escrevo! E percebi que em alguns momentos é triste escrever. São sentimentos profundos em algumas frases, são sonhos repassados em forma de palavras... Como somos fáceis!! Estamos tão disponíveis a exposição de nossos sentimentos, e poucos compreendem. Pra quem escrevemos? Esse é um momento solitário. Estamos combinando letras que formem palavras que não se tem destino. Já foram muitas palavras que aqui escrevi e que de nada me foi útil! Seria bom se apenas uma pessoa percebesse que as minhas palavras são pra ela!