quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

2009


Dancei, sorri, chorei e até pirei!!! Eu acordei tarde, eu trabalhei, eu fiquei de perna pro ar e recebi certificados de sobrevivência!! Eu desafinei, mas cantei alto e no momento certo. Eu dancei e até ritmei como queria a melodia que fosse. Eu me perdi de mim e me achei por ali e por aqui, eu fui onde Deus duvida e onde o diabo gosta. Eu rezei, fiz macumba, eu até duvidei se Cristo existia! Eu comi, eu bebi e eu vomitei o que não digeri! Eu escrevi, eu imaginei, eu exagerei e eu até omiti!! Eu fui e voltei, e depois percebi que era pra ter ficado. E quando eu voltei, vi que o final tinha virado inicio e o inicio, eu vi que foi reinventado! Eu atuei, eu assisti e dirigi cenas de Hollywood. Eu li, eu escrevi e eu folheei as páginas em branco. Eu acordei, eu dormir e não importando o lugar... eu sonhei!! Eu montei, eu desmontei e transformei tudo que me falaram e tudo que eu quis ouvir! Eu amei, eu fui amada e até deixei de amar! Eu adoeci, eu me curei, eu sangrei e eu fui a própria cicatriz!


Feliz Ano Novo a todos, com muito carinho!

Laboratório Vivo


Ela costumava olhar para ele como quem congela o tempo e se perde no espaço. Ele falava que nesses momentos ela parecia uma criança com olhar de travessura, ela falava que em vez disso, ela congelava a cena para descrevê-la em alguns de seus textos. Ela fazia dele seu laboratório, onde gestos poderiam ser transformados em palavras e os sentimentos em contos!

“Não seria uma menina com um livro, seria uma mulher com seu amante.”

domingo, 27 de dezembro de 2009

Um vazio fértil.


Enquanto espero a noite acabar, tranco-me no quarto e espero o dia Clarear. Leio paginas do Pessoa e deixo de existir quando penso! Desfaço a mala e disfarço as mascaras... Guardo os papeis que interpretei durante dia. Visto uma blusa antiga dos Beatles, seleciono musicas e danço com We Have Fogotten do Sixpece None The Richer. Relaxo com os incesos... Faz frio, depois esquenta! Brinco com o isqueiro. Vejo que meus pés estão menos doloridos, quase não os sinto e quase correm de mim! Ligo a TV e vejo os mesmos programas com caras diferentes, as vinhetas vendem mais do que se tem pra comprar, é um saldo negativo para os telespectadores. Procuro mais uma vez o isqueiro, e entre a fumaça no cinzeiro e a e o denso do pensamento, escrevo!

Ainda sei falar das inquietações.


Se já prestasse atenção em mim, viu as rugas expressivas da pouca inquietação que me despido ultimamente. Percebeu os passos que por vezes arrastavam-se, e hoje, serenamente flutuam. Notou que meus olhos já não refletem medo, eu simplesmente fecho os olhos pro que vejo e os abro quando imagino! Viver no mundo que crio me permite contracenar com as minhas verdades e minhas fúrias. E já que acabo de tocar em feridas, minhas fúrias estão mais invasivas e as cicatrizes mais notórias. Mas não deixo de sorrir na esquinas e não esqueço as noites que tive com glória! No meio de tudo, “eu me nego a mastigar teorias.

sábado, 26 de dezembro de 2009

O tom agudo de uma palavra.


Tenho momentos que minha vontade é de ficar exatamente como se está! De penetrar o mais fundo no mergulho das palavras. Tenho a necessidade de escrever, e tentando se perder na idéia, vou na infatigável disposição de imaginar. Essa forma de deixar fluir a mente, chega acompanhada muito além de meras palavras com significativos. Escrevo como se acompanhasse o acode da melodia que surge dentro de mim, e que sai soando sentimentos. E nas horas que decorrem o texto, me fascino pelos intervalos entre o que me chega a idéia, e no que me foge o contexto. Transmitir o sentimento por de atrás do sentido da palavra, é como dedilhar as notas devagar e saber o exato momento de desafinar.

Sim


Aceito a idéia de ser chamada de mocinha. Aceito receber rosas vermelhas, amarelas, Claras e quem sabe uma multicor de pétalas numa noite especial. Aceito acreditar que hoje, existem pessoas românticas para sentimentos solitárias. Aceito escrever sobre essa fantasmática sensação de amar. E aceito a idéia de te abraçar e saber que voltei para casa! Aceito te ouvir tocar minhas letras e a partir de então, tornar você parte delas. Aceito escrever sobre essa incrível historia. E por fim, aceito a solidão de ser só dois!

“Vem sem chão, me ensina a solidão de ser só dois!”

Presente de Natal


Organizei o vestido e testei as luzes de natal. Faltava embalar o presente da tia Julia e dos gêmeos Helena e Heitor. A árvore ganhou um tema diferente este ano, resolvi decorá-la com Gnomos fantasiados de papai Noel com tons de laranja e verde. Gosto do Natal! Presenteamos sempre os amigos queridos como forma de agradecimento pela lealdade. Montamos a ceia sempre muito colorida e muito alegre. Admito que o peru não faça muito o meu gosto gastronômico, mas como a cerimônia tem que está perfeita, então que venham perus, bacalhaus e Papais Noéis. Confirmei as musicas e este ano eu que gostaria de a toda a trilha sonora de quebra nozes. Assisti há um mês à peça e me encantei com harmonia das melodias. Convidei velhos amigos e alguns conhecidos simpáticos. Seria muito triste não ter este ano a ilustre presença da minha irmã mais velha, ela casou e faria uma ceia para seus convidados em sua casa. Perto das nove horas, vesti meu vestido branco e prendi meu cabelo com um laço vermelho. A noite começava ao som de Jingle Bell Rock de Bobby Helms e a luzes piscavam! Olhei a janela e vi uma estrela descendo, abrir a porta de casa e havia uma caixa embrulhada com um cartão:

É preciso está ao lado de grandes amigos para perecermos que os melhores presentes de Natal, guardarmos sempre em nossos corações!

Desejos a todos sempre bons amigos e muitas recordações!

Feliz Natal

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Um Samba Dela


Poderia ser mais um texto, desses que eu falo muito e pouco se pode compreender. Francamente, não era o meu texto favorito e nem o sentimento mais leal. Não queria transformar aquelas palavras nem em um poema e nem em prosa. E sinceramente, eu já havia esquecido que ele falava de samba e que ela falava de amor. Escrevi o que o instante me possibilitava sentir. Não imaginava no que futuramente ele se transformaria. Aí, veio um mocinho, desses que a gente encontra em letras de Los Hermanos, e sorrateiramente faz das minhas palavras, canção!

“Canta o teu encanto que é pra me encantar. Canta para mim, qualquer coisa assim sobre você. Que explique a minha paz. Tristeza nunca mais”

sábado, 19 de dezembro de 2009

Mentira!


Se você quer saber se ainda lembro do nosso primeiro beijo, não lembro nem do gosto. Se ainda ando por nossas ruas, esqueci os endereços. Se ainda sinto falta do nosso dia, esqueci até as datas. Quando foi mesmo? Se você leu algum poema, nenhuma metáfora foi sobre você. Se você acha que ainda me dói, eu já curei as dores! Se você gosta de me ver de longe, já não penso em você nem de perto! Se você ainda se surpreende... Eu ainda te amo!

Há alguma verdade nessa mentira!

Eu faço amor, Eu sou um ator!


Prometi títulos, prometi um texto sobre a noite de hoje e prometi nunca deixar de escrever! Eu falei que hoje o titulo seria, “eu faço amor, eu sou um ator!” E argumentei que os títulos é que são importantes! Jurei que mesmo depois de muitas cervejas, eu ainda iria escrever sobre os 10 mil anos atrás. E prometi que me esforçaria ser um sujeito, que por ventura, faria tudo normal! Professei que perdoaria todos os Judas, mesmo ainda amando Lucas, Pedros e Paulos! Duvidando do amor por Cristo! E fui mais além... Ao lado do medo da chuva, cantei sendo feito do fogo, da água e do ar! E ainda neguei cantar que quando amei, amei apenas uma vez, pois quando eu jurei meu amor, eu traí a mim mesmo! Prometi que nessa noite, eu falaria do Gita, não como o Bhagavad, mas como o Tudo e o Nada! Eu prometi que mesmo eu estando em você, você já não, nunca mais, sem duvida alguma, estaria em mim!


"Os meus fantasmas são incríveis,fantásticos, extraordinários!! Se fantasiam de Al Capone nas noites que tenho medo de gangsters. Abusam de minha tendência mística, sempre que possível... Os meus fantasmas transformaram a minha solidão em vício. E minha solução em status quo... Faça Fuce Force, não fique na fossa... Feliz por saber que só sei que não sei. Q quem sabe não fala, não diz... Vida, alguma coisa acontece! Morte, alguma coisa pode acontecer! Que o mel é doce, é coisa que eu me nego afirmar... Mas que parece doce, isso eu afirmo plenamente!!" (Raul Seixas)
Sobre o show de Raul

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Meu Patuá


Pelas minhas mandingas, invento a minha sorte! Faço as minhas figas e protejo-me das más línguas. São trevos, elefantes, ferraduras, um mar de patuá. É assim que caminho com descaso na maioria das vezes. Visto-me da pura sorte e protejo-me principalmente de mim mesmo. Um sem fim de amuletos é preciso para fechar um corpo que por rebeldia, teima ser um livro aberto! Junto a eles, carrego comigo sempre um preparado de ervas, isso perfuma mais que meus caminhos, incensam meu pensamento. Algumas são arrudas, outras cravos, e o meu favorito, flores de Lírios. As cores que o colore, é sem mistério, o segredo da minha mandraca... “Em Cada Cor Diferente Que Tente Me Clarear!”

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Entre o ócio e a vontade.


Não estou pra ninguém se alguém chegar perto. Quero ver o céu, e não quero pensar porque ele é azul. Quero comer algodão doce e misturar destilados. Quero ficar em casa, ouvir musicas e ver cenas de filmes. Quero sentar no meu tapete vermelho e rever os meus troféus. Folhear antigos diários e as fotografias. Se alguém tocar a companhia, vou aumentar o som e farei de conta que não estou. Quando alguém chegar perto de mim, vou fechar os olhos e imaginar outro lugar, um lugar onde eu possa passar despercebida. Quero abrir um vinho, mesmo que seja apenas por uma taça. Quero sentir o gosto enquanto descubro musicas novas e penso em outras vidas. Não estou pra ninguém, quando alguém bater à minha porta!

Sendo eu


Eu não posso perder minha identidade, essa que poucos conhecem e essa que nunca escondo. Não posso esquecer os meus passos, esses que não me deixam parar e esses que tropeço quando paro. Não posso esquecer a minha voz, essa que desafina quando choro e essa, aguda quando narro. Não vou esquecer as minhas pérolas, essas que entrego aos porcos e essas que me vestem quando mendigo! Não posso contar a minha historia, essa que conto ou talvez, essa que imagino. Não posso perder o ritmo, o mesmo que me movimenta, esse que sigo. Não posso olvidar os meus sentimentos, esses que me iludem e esses que rimo.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Hoje é dia de Maria


- Malu, pega pra mim um vestido amarelo de Mary?

- Qual esse?

- É! Esse mesmo, ele é lindo não é?

- Lindo ele é sim, mas é meu!

Perder a identidade é uma coisa que está fora de cogitação nesse quarto. Muito pelo contrário, personalidades são uma das coisas em demasia! São três Marias, cada qual com um M diferente! São três figurinhas cada uma com diferentes sonhos e perspectivas singulares. São mais que três meninas super poderosas, é mais que as três sobrinhas do tio patinhas, são verdadeiras “patolinas” perdidas na Terra do Nunca a beira de um surto fiel de amizade! Seguindo uma lógica decrescente de sanidade... É melhor esquecermos essa parte, vamos começar de novo! Se fossemos seguir uma linha direta de personalidades, classificar características e denotar os adjetivos de cada qual, entenderíamos, aquilo que Raul tentava explicar com inicio, meio e fim! Ou mais, abordando tal dimensão, se reconheceria aquilo que nem querendo se conseguiria esquecer! Se existe uma Malu, é a casula do trio! Mimada seria pouco, alem de birra, ele faz questão de deixar claro quem melhor simula, ou dissimula seria o termo apropriado! Eu costumava acreditar que eu possuía o dom de desordem, o fim, a destruição, a própria Shiva, até reparar bem no caos da terceira personagem. Hoje me contento com o meio, com a responsabilidade de equilibrar a insanidade presente no quarto. Contento-me a ser a mãe, o pai e em muitos, a filha mais velha no auge na rebeldia! E por fim, e não menos importante, chegamos à burrinha dos contos de fada, às perolas que não se jogam a quaisquer porcos, à princesa que precisa que alguém desenhe para poder fazer entendimento do acontecimento real dos fatos. Inclusive, deixo desde já que essa ultima frase, assino em baixo, ela não entendeu nem as vírgulas. Talvez, este seja o segredo das Três Marias, misturar as essências e transformar a originalidade de cada em uma única e forte particularidade, a diferença de aceitar o que cada uma tem de melhor!

...Amiga, num é pouco não, é muita criatividade!!

Não sou a vontade que dá, e passa...


Sentir vontade! Eu sou um pouco diferente do que você está acostumado. Eu tenho um pouco à mais de mimo. Eu sou aquilo que você não encontra barato. Não espere que eu esteja na segunda rodada da cerveja! Não vou está pronta pro seu tempo, e nem vou ser o seu tempo certo. Não ache que eu seja o acréscimo do segundo tempo, eu sou um pouco mais do que isso! E só quem sente fome, sabe o desfrute do prato principal. Sentir vontade! Só quem cobiça a paciência, devora o meu tempo!

Eu senti a tal vontade... Passou e foi!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Roubando a atenção


Isso não é um pedido! Mas quando ele chegar vai passar segurança. Vai segurar na minha mão e vai dançar todas as canções que eu quiser. Ele vai vir com as mãos cheias de flores, porque saberemos que o clichê faz parte da cena. Ele vai falar baixinho em meu ouvido apenas por charminho, e eu vou lembrar daquilo como um sigiloso momento. Quando ele chegar, vou reconhecer o cheiro e a melodia. Vou saber onde procurar quando sentir saudade e aquele mês vai durar mais do que alguns dias. Ele vai ler o momento certo para me beijar, e eu não vou assustá-lo! Vou achar antes de encontrá-lo. Vou sorrir antes de abraçá-lo. Vamos caminhar por um quarteirão até entender que já fomos longe demais, e que agora é hora de ficarmos juntos. Quando ele chegar, eu estarei sentada esperando-o e ele vai sentar ao meu lado como se fosse a primeira vez. Passaremos uma noite inteira como se fosse nossa, controlaremos o tempo, o vento e a lua. E quando chegar a hora dele partir novamente, ele vai me fazer um pedido. E novamente vai chegar ao meu ouvindo, falará baixinho algumas poucas palavras que me desconcertaram. Sorrirei olhando para baixo, olharei para ele e iremos embora, mas dessa vez, juntos!

sábado, 12 de dezembro de 2009

Nº 100


Reconheço que imaginei inúmeras formas de como começar este texto. Se eu escreveria os originais poemas em prosas, se construiria em forma de conto, ou ainda, se renovaria com uma boa crítica. Resolvi então começar como comecei: Bagunçando! Chegamos ao numero 100, e acho que estou indo bem. Fui descobrindo como conectar os textos e prender as harmonias. Como me livrar do egocentrismo de todo autor e personalizar o formato. Em cada frase e em cada Maria que imaginei, tentei deixar o mais Claro possível de mim, e o mais Lírico da Clara! Conheci pessoas normais, e leitores louros! Inventei Luízas e me obcequei por Esquinas. Descobri que adorava imaginar! E como refúgio, eu vivi as páginas em branco pouco me importando se havia pessoas que compreendesse o que eu escrevia. Eu queria o contexto, eu queria a transformação... Engoli as palavras, e vomitei! Vomitei a idéia de misturar as ordens, confundir os mundos, ridicularizar a gramática... De desconcertar as idéias! Coloquei além de vocábulos arriscados, cores atrevidas! Imagens ternas e figuras ásperas! Não poupei exclamações e questionei as interrogativas. Fui frígida no minutar, fui podre na malícia!


Para as 100 Marias que esteve em mim, para as 100 Claras frases que escrevi, aos 100 Claros sentimos que explorei e às mais 100 Líricas que ainda estão por vir!

Me encontro Clara e azul.


Ando mais autônoma, estou sujeita apenas as minhas vontades. Comprei um bilhete para a disposição e o singular desse momento é que independente de qualquer fator, estou em constante inconstância. No entanto, a leviandade é encarada com uma seriedade antes nunca vista, ou vivida! Descobri que caminhar só é bom pra alma, e meu espírito se encontra mais saudável. Estou perto de mim, e longe do eu. Um dia desses fui ver as ofendas de Imanjá, e por incrível que parece, minha cidade é de Oxum! Fiquei maravilhada com o branco descendo na avenida principal, como as ondas do mar combinavam com o azul vestidos pelos tantos filhos da Senhora. Havia danças de capoeiras, ou como melhor definir, um belo jogo de pernas! Descobri de sou esposa de Xango, e me emocionei. Outro dia, escolhi a cor nova da parede do meu quarto, fiz meu primeiro suflê e estou na véspera do meu texto Nº 100!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Um tempo que foi, e eu fiquei!

Fecho os olhos. O cheiro da brisa chega, vou vagarosamente vestida pelo ritmo, um bumbum que só as ondas quando quebram conseguem soar, além de você. Fecho os olhos e percebo que se foi o tempo em que eu podia concordar com você. Aquele ritmo realmente lembra o mar! Fecho os olhos e vejo que não posso mais te falar que é a maresia que tem teu cheiro. Que foi você quem leu os meus pensamentos e fez-me viver o que só acreditava em sonho. Fecho os olhos e o alivio que eu deveria sentir, foi embora quando a musica silenciou. Percebo que já não posso mais te falar o quanto dançávamos bem, juntos! Que você não vai mais poder ouvir de mim que na minha casa, você me fazia de turista. Não reconhecia os caminhos quando você decidia ir comigo, e até achava aconchegante redescobrir tudo de novo. Fecho os olhos e sei que ao meu lado, nem o sorriso, nem o molejo, talvez, nem o perigo estão comigo. Porque fui deixar tudo passar sem contar a você que independe dos erros, nós acertávamos quando estávamos juntos...


Eu acho que me apaixonei por você, quando você foi e não pode mais voltar.


Estudante do Tempo

Preciso de uma ciência que me ensine a esperar. Que me oriente onde guardar os tempos, onde esquecer os segundo, onde desfazer o agora! Alguma que instrua faculdades de esperanças. Que me dê como base qualquer noção sem precisar das declarações. Não quero ignorar a demora, quero apenas respeitar o tempo.

Meu tempo não é quando...

domingo, 6 de dezembro de 2009

No Palco da Vida


Nessa historia que começo a contar, falo sobre uma bailarina, não como essas de quebra-nozes e nem de lagos de cisnes. Essa não usava sapatilhas, dançava com os pés descalços e empoeirados, e flutuava a centímetros do chão. Vestia meias encardidas, desfiadas pelo tempo. E usava uma saia roda, com flores bordadas que pelo parecer da imundice lhes dava um ar de desflorada. Seus cabelos soltos e curtos, bem emaranhados por tranças soltas de cor castanho Terra. Uma bailarina de comportamento singular, pois de plural apenas os fartos seios, que com belos decotes, lhe soava propositalmente mais como esquecimento da decência do que por posturas de poucas-vergonhas. Olhar curioso, que no passo da dança era acompanhado por um sorriso indecente. Mas bem, agora que já delineie a personagem, voltamos ao curto conto. Era uma vez uma noite quente e estrelada, na qual a moça, que por educação aos leitores lhe denomino assim, resolveu por capricho em vez de bailar La valse ensaiada, quis dançar em outro ritmo. Disse, que pelo pouco que ganhava e pelo quase nada que comia, Ballet algum resistia a um compasso frio, em terras quentes. E foi com esse pretexto, que pela primeira vez se viu bailarina em vez de leve, pesar conflitos. E em vez de valsa, saltar com Sambas!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Minha Ecologia


Quero que todos os Deuses nunca me abandonem quando eu sentir que a hora de voltar se aproxima. Que Eles estendam os tapetes vermelhos, que saibam que agora eu volto mais forte. Espero que as ecologias mais resistentes transformem meu ser. Que nos caminhos que eu traçar, Eles encontrem grandes pegadas de elefantes, que os ares que eu tomar, seja os mesmos de verdadeiras aves de rapina. Que eu alcance o meu alvo com a mesma velocidade que ágeis guepardos. Que eu encontre forças para aceitar o perigo, nascendo em mim olhos de corujas. Que as cores em mim seja tão multicor quanto às de penas de araras. Que eu tenha a perspectiva das coisas e saiba o exato momento de me camuflar como iguanas. Que meus rivais, vejam em mim a astúcia de uma falca-coral. Que as minhas garras sejam tão resistentes quanto a de um leão. Que eu suba tão alto quanto os pássaros. Que eu conviva em selvas de pedras, mas que nunca esqueça as minhas raízes. Que o lagarto tatuado em mim, contorne todo meu corpo, guie minha alma e esfrie o meu sangue.

Desistir, nunca! Sobreviver, sempre!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Aos poucos, me padeço com a vida, sobrevivo com a morte.


Meu coração adoece. Ainda que por pouco caso, ele bate pouco! Lento, já sem palpitação para grandes emoções, espera calado, quase acomodado. Minha coluna agora, não ergue mais meu corpo, há muito tempo, nem minha alma. Das vértebras que me suportavam, agora só os espinhos que me alfinetam edificam-me! Dos escuros olhos, a córnea frágil hoje, turva a visão. Limitando-me assim do que quero ver. Nem a luz que em antes me Clareava, nem pupilas que antigamente dilatavam-me. Para meus olhos, ver é algo que nem sempre quer dizer acreditar! A gastrite que já não digere o que engulo, inflama meus pensamentos e corrói o que vivo! Padeço os dias e guardo como prêmio, as palavras que me narram.

Há instantes que me cansam.


Depois você desaparece. Deixa-me somente as desculpas sinceras. As mesmas que duram o tempo suficiente para magoar-me novamente. E o que sobra dos seus pretextos são os perdões vergonhosos, que me fazem atraiçoar, me fazem contradizer e que me fazem cansar. Não queixo da solidão, pois faço dos meus dias um samba e das minhas noites, companhia! Não queixo, do mesmo modo, a espera. O tempo corre, não espera! E não são as horas que faz o meu tempo, são os instantes. E me fascino pelos instantes, logo, posso me apaixonar enquanto espero. Quando peço pra não deixar-me só, não é escuridão que me amedronta, é a idéia de descobri um novo instante.