segunda-feira, 26 de julho de 2010

Um intervalo para as minhas cores.


Vou deixando todas as minhas cores até que o arco-íris volte. E espero que reste no final qualquer tonalidade que se faça reconhecer se apenas, preto e branco. Sujar mais que imperfeito o meu desenho não me abstraiu, apagou por inteiro o contorno perfeito da arte. Atirei cores que não são as minhas, as cores frias em aquarelas nossas que fizemos tão inevitavelmente quanto uma Frida. Eu somente posso esperar secar alguma aquarela que sujei e ver se resta um arco-íris pra renovar sentimentos, para sermos artes!


Não silenciarei as cores, mas pausarei os meus verbos.

Até Breve!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Você não o é primeiro a tentar derrubá-las.


Eu construir cada muralha dessas que me cercam e você não o é primeiro a tentar derrubá-las. Eu antes de viver, eu sobrevivi! Escapei de tantas outras juras e peripécias, e guardo em uma caixa de sentimentos todas as minhas cicatrizes e troféus. Eu tenho pra mim, que fui feita de reparos. E como uma corajosa, eu corri pro mundo sem medo errar porque fui eu que construir cada muralha dessas. E enquadrando cada tijolo, me vi resistente.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Si tu n’éstais pás là com Amelie Poulan.


Esses dias insistem em funcionar às quatro da manhã. Acordo e o céu ainda escuro, preciso ligar a luz da sala pra não esbarrar em nada que vá me ferir. Coloco a água do café no fogo, e sem muito cuidado abro as janelas, o frio da manhã é bom com um café quente. Todas as manhãs eu tenho sentido falta daquela paz, mas então ligo o computador, seleciono a trilha de Amelie e escrevo sobre você, sobre qualquer manhã vazia. Trabalho em algum projeto longe, leio artigos e pesquiso sobre a lei da física; força é igual a massa vezes a aceleração! No G1 as noticias me dão uma vaga idéia de como anda o mundo no centro do universo enquanto eu paralelamente participo de Guerras Santas!

domingo, 18 de julho de 2010

Jogo de Xadrez.


Se a cada esquina que eu cruzar eu estiver em paz, é porque valeu apena perde a guerra. E estamos agora na trégua de qualquer compaixão, fico inteiramente muda diante de um grito calado. Vamos cessar fogo enquanto o campo permanece minado. Vista-me de branco em cada esquina, pinte minha bandeira e censure meu pensamento enquanto desarmo minha infantaria com palavras Claras. Eu ainda sei sacrificar meus piões quando são minhas palavras que ganham a batalha.

Cheque-mate para a guerra, eu fico em paz!

Sete vidas para sobreviver.


Eu leio essas ruas, vias que me reconhecem em latas de lixo, em cada telhado. Sobre luas que sombreiam setes vidas enquanto escapo. Independente do peixe que me dão, viro a lata sendo uma persa de rua, gata manchada, sem dono... Uma felina de rua que vadiamente admira a lua no telhado miando na boemia de um rima. Eu corro da carrocinha, salto do muro, observo a vitima... Caio em pé. No cio, eu amo sete vezes, eu morro sete vezes!

Hoje, eu faço o petisco!


A receita é simples... Enquanto você refoga o frango, corte os legumes. Vá cortando. E entre tomates, repolhos e uma cebolinha verde, essa gastronomia é de felicidade. Os amigos como os melhores gourmet vão experimentando seu melhor prato. O cardápio da noite, surpresa! A mesa vem servida com conversas avulsas, uma conversa temperada de jovialidade. Vou refogando as promessas dessa noite, as declarações entre amigos apimentando sempre esse caldo de coisas boas; músicas, shoyo, uma cachaça branca e pura! Isso é como crescer vinte anos em um semestre escolar. Que venha a pimenta do reino, o chuchu sem gosto... Eu quero provar dessa vida sempre!

domingo, 11 de julho de 2010

E assim falava Zaratustra.


Vou esperar amanhecer o dia. Amanhã é domingo e as coisas sempre acontecem no domingo. Quero passar dormindo! Fiz um copo de leite e procurei algum livro na estante que me faça esquecer esse silencio. Ruy Castro, Jane Auten, Pessoa e o Neruda... Não adianta! Todos escrevem sobre mim no final das paginas. Por fim, um livro de bolso e adormeço com E assim falava Zaratustra. Eu quero uma dia de paz, com noticiários desligados, com telefones perdidos. Eu quero um dia de paz com boas palavras ao meu lado.

“(...) Eu levava as minhas chaves, o mais ferrugentas que podiam ser; e sabia abrir com elas as portas mais perros!” Zaratustra

sábado, 10 de julho de 2010

Café e Canela!


Eu esqueci em algum canto o meu gosto de canela. Há muito tempo não acompanho um bom café. Aqueles que enquanto tomamos lembramos-nos de pintar os céus, fazer estrelas, ouvir Kings of Convenience quando ele canta Winning a Battle, Losing the War! Os cafeínados estão vindos sempre muito rápidos, corriqueiramente atropelados sem pensamentos! O tempo anda frio e o que mais costumo fazer esses dias é olhar pro céu, voar em pensamento procurando algum lugar quente, algum lugar leve! Hoje eu acordei com dor de cabeça, foi o vinho de ontem à noite!


“The sun sets on the war, the day breaks and everything is new...”

No café da esquina.


Eu troquei tantos emails essas semana que tenho pra mim que os carteiros se tornaram inúteis. Salve o cheiro e o punho, a espera em frente à caixa do correi não tem mais graça? Saudosamente eu apenas escrevi pra ela duas palavrinhas que unindo a emoção em receber, encontrar creio eu que seja mais tocante! Estou chegando! Andei pelos cinemas, fui rever dois amigos e ontem, reencontrei uma antiga namorada. Ela mudou. Ainda tento entender porque todas elas ficam mais bonitas quando terminam. Ela estava linda! Nos olhamos e ela me saudou com uma xícara de café enquanto lia alguma coisa do Neruda. Rapidamente, tão quanto deixou de me amar, voltou a ler.


Eu me apaixono muito rápido, mas quando quero, deixo de gostar mais rápido ainda!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O meu Malbec.


Pelo menos minha cabeça ainda continua no lugar. O apartamento grita por mudanças, mexer no sofá, trocar as cortinas e quem sabe pintar as minhas paredes que mudas, gritam! Um Argentino me faz companhia hoje, no rótulo ele diz, “Asseguran encontrar e los vinos aromas y sabores que recuerdan a frutas e flores conocidas”. Um legítimo Rodas, Malbec! E entre essa taça ou outra, espero ele chegar. Ele diz que vai demorar, uma cerveja e outra depois do trabalho, antes da meia noite chegaria! São 22:00 horas e sinto o cheiro do cigarro. Entra em casa, tira o all star, apaga o cigarro e me abraça. Diz apenas que estava com saudade do meu cheiro, que o transito estava horrível e que o carro precisa trocar o óleo. Me olha, me beija e diz que o molho de alecrim cheira bem!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Minha cara a tapa... Minhas palavras mal lidas!


Se for sobre mim que querem que eu fale, eu poderia então discorrer sobre anseios que sinto e que sempre escondi. Sempre escrevi coisas avulsas, idéias e devaneios que nasceram da minha cabeça como um conciso sonho enquanto acordada. Sou escritora, e aqui sim, eu me permito alucinar as minhas mais arriscadas fantasias. Dá sentido a palavras que muitas vezes desconheço o significado. Escrevo nesse blog a mais de um ano, e aos poucos fui aprendendo a fingir uma dor, a amar alguém que jamais houve, e aprendi a arquitetar historias que apenas refletisse tudo que meus leitores gostariam de viver. Aqui é o meu espaço pra inventar meus sentimentos, por vezes, misturar o meu espaço com os personagens que escrevo. Amar, eu já amei muitos em todas as cores, mas viver... Dessa literatura, eu desconheço.

Escrever para transformar tristeza em poesia...

Sou um poeta... Mas a Maria Clara de Claro Lira poucos conhecem!

Naturalmente ruborizado!


Os meus cabelos vermelhos não são enfeitados com flores... Mas por natureza brotam flores de urtigas que te fascinam! São mechas com fios de fogo, queimam as idéias, abrasando esses pensamentos fiéis! Religiosamente devoto em usá-los soltos, esse vento, essa maresia... A chuva lava os deixando úmidos. Contudo atormentados! Apenas os tranço deixando a mecha, a queixa. Férteis pra fitarem seus olhos, cegando os desejos!

Cinco minutos!


Eu tenho cinco minutos pra dizer que te amo. E vale mais o tempo que desperdiço com saudade, do que esse instante de silencio entre os nossos tempos. Eu entendo quando você vai, mas desengano qualquer entendimento quando voltas e me abraça. Mas é o efeito disso como conseqüência do inevitável, não deveríamos... Mas já estamos! E nesse estado que não se julga, nessa situação que não se esconde, é nessa condição que precisamos apenas aceitar o real fato dos cinco minutos pra dizer... Eu te amo!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Isso é avulso? Essa sou eu quando não posso usar artilharias!


Nessa guerra, onde eu posso ser pacifica, onde eu posso ser santa? Esse mar que é você, pacífico, mistura todas as palavras que navegam, separa os continentes... Você me transforma em ilha! Nesta guerra afrontam apenas os puros profetas que nada enganam a verdade, apenas engana os corações. Lutar sobre desejos, sobre sentimento que julgam serem verdadeiros... Essa guerra é de amor e ódio! Essa guerra nunca poderá ser santa, ela é Clara, ela é intensa. Ela não terá bandeira branca enquanto o pacifico não mudar as correntes e enquanto eu não deixar de ser ilha!


“Nenhuma guerra pode ser santa!”

Entre massa e concreto, me solidifico!


Uma estranha em casa. E entre uma síntese sobre essa semana e uma composição gramatical, ainda precisamos das palavras! Quem ao certo se tornou alheio? Eu já não sei se ainda reconheço essas paredes, essa porta de entrada, ou se esta casa é que não me reconhece. Os meus quadros ainda estão todos para serem pendurados e para isso me faltou tempo, massa e concreto... Sobrava apenas você! E desde então que me resido na mutação em que você me coagiu a alterar, eu tento me desfazer para nascer de novo.

domingo, 4 de julho de 2010

Come Here...


Voltando pra casa depois de tanto tempo, o tempo demora a passar. Começo a perceber que existem tantas paredes, são tão vazias. Quando precisei abrir o portão estranhei o chaveiro, o formato da chave, a porta... Em qualquer outro quanto eu me sentiria mais a vontade! Encostei a mochila no chão, movimento de carros e silêncio. Não havia ondas! O eco de uma casa vazia é como um coração calado. Eu estava cansada demais pra tentar organizar tudo, organizar as malas, a minha cabeça. Tomei um banho, troquei os lençóis e deitei. Você realmente sente medo de ficar sozinha nesses momentos. Liguei o computador e tentei ler algum artigo. Kath Bloom cantava exatamente o que eu gostaria de ouvir naquele momento! Come Here...


http://www.youtube.com/watch?v=nQpYHiB0k6k&feature=player_embedded

Se eu for embora, quem vai cuidar do por sol sobre as ondas?


Se eu for embora, vou deixar feijão pronto pra uma semana, as roupas limpas e os lençóis “quarados”. Cuidei de limpar o ventilador pra você não adoecer. Limpei a geladeira e por mais que não existisse o pingüim, há duas criaturinhas esperando por você na porta da geladeira. Como costumo fazer, separei suas roupas em calças, shorts, blusas normais e blusas para trabalho, não mencionando então as tão faladas cuecas! Os cachorros por hora em outra estão aparecendo na porta de casa, mas não os alimente. Já estão sendo alimentados! Se eu for embora, lembra de toda semana lavar os panos de prato, descongelar a geladeira e comprar verduras, elas também faz bem pra saúde. Morede no Teather’s! Se eu for embora, não deixa de providenciar bons fósforos para o fogão e pra não perder o costume, de vez em quando vai à vendinha e compra o meu Seco. Quem sabe sinta saudade das nossas antigas noites e prove o quanto é agradável esse paladar de equilíbrio.


Meu Bem sentirei saudades!

sábado, 3 de julho de 2010

O que eu entendo de Confiança.


Há pessoas que não acreditam em confiança. Pessoas que de tão receadas acabam não acreditando em si próprias. Deixam de acreditar em outro dia, em uma nova melodia, tornando-se pessoas incrédulas através de suas próprias verdades. Há pessoas que não perdoam, não remitem nem seus próprios erros, erram e se julgam tão donos da verdade que não são capazes de se perdoar, de perdoar uma palavra. Limitam-se aos seus erros e permanecem errando quando confiam apenas nos erros dos outros.

Essa palavra nunca perdeu o sentindo pra mim, quando eu acredito principalmente no que sinto!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Ilha Calma


Se eu escolhi ser uma ilha, seja quem sabe por ser assim mais calma. Viver nas ondas que me desviam e me mencionam. Viver sem a alucinação de que as coisas não mudam jamais. Aqui eu sei que as coisas se alteram. Os galhos, as nuvens... Eu permaneço sempre em transformação. Uma ilha Clara e mutável! Eu me tornei um lugar constantemente arfado, sendo eu estas palavras que escrevo e estes sentimentos que me educam. Fugindo do continente que sou.