domingo, 5 de novembro de 2017

Medo x Medo


Parece que tem dia que o Caba teima em testar a paciência pelas berada, devagazin, matano na unha... Vez por outra são 7 cumade florzinha, 4 chupa cabra e dois curupira testando minha corage, esperando que eu desista. Corage... corage mermo, eu não tenho muito não, seno sincera. Mas se tem uma coisa que minha mãe num me criou, foi preu ser cabra frouxa!!!! Derrubo tudin... medo por medo!!!!!

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Meu medo de estrelas e um amor contado.



Quando eu tinha verrugas e medo de contar estrelas, eu já morria de amor. Amava um menino que morava duas ruas antes da minha. E passava de bicicleta todos os dias na frente da sua casa. Não lembro o nome da rua e nem o nome do menino, mas guardo na memória o formato, a cor e textura da caixa do correio de sua casa. Escrevia cartas decisivas e declarações esclarecedoras, e pedalava duas quadras antes da minha, desviando os buracos da rua. Ao chegar perto, corria. Pedalava depressa com medo de ser vista por alguém que nunca existiu. É como eu disse: aos oito anos de idade, medo e verrugas eu realmente tinha, já o amor, eu inventava! 

domingo, 10 de setembro de 2017

Estado de Deserto


Se esses dias de deserto me servem de poesia? Não! Não existe sentimento onde não há vida! Onde o sol nasce iluminando vazio, não aquece silêncio. Quando o dia se vai, parece mesmo que ficou, fincando o dia no mesmo deserto de ontem. Porque todos os desertos são os mesmos quando não se tem poesia. 

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Remediação


Eu pensei que fraturas expostas doíam. Não é a fratura em si. O que doi é o frio, é o medo de pisar firme, é o efeito colateral dos remédios que não amenizam essa pontada, esse silêncio, esse vazio.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Os dias já estavam prontos, eu não!


Os dias já estavam prontos. O vento ficou mais forte aqui no norte. E todas as minhas coordenadas balançaram bambas, sem ritmo. Perdi o rumo. Fiquei sentada no meio fio, na espera do tempo. Me disseram que não demora se eu esquecer. E eu esqueço que já chegou a hora. Os dias ja estavam prontos. Eu não!






**Arte do Paraíbano Shiko, capturada pelo instagran do artista. 

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Poucos dias e um mundo inteiro.


Ele não entende uma vírgula, em mim! Eu tento traduzir o seu olhar. Ele tateia meu sotaque. Eu acredito no sentimento. Só sobra as dúvidas. Ele desconversa meus poemas. Eu fico fácil. Ele se irrita com o tempo. Eu acho pouco os dias. Ele convive com a despedida. Todos os dias eu acho que são os últimos. Ele guia as horas. Eu soluço os pedidos. Ele arruma as malas. Eu abraço o mundo. E por fim, ele me acaricia os cabelos.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Poltrona



Eu tenho uma poltrona que fica no canto da sala. E ela nem cor tem. Ela fica imóvel, irracional como os móveis costumam ficar. Mas vez por outra, ela me convida pra um café e fala das coisas dos silêncios. E nela, logo eu tão cheia de cores, apago. Desligo as cores, desligo as vontades. Costumo não falar nada e ela também não interrompe. Esse silêncio é valioso. Assim como o tecido que a veste. Um tecido estragado, sujo, cansado e pesado. Alguns sentimentos valem fortunas porque eles estão lá, disponíveis ao silêncio. Sentimento que costuma ficar no canto da sala, invisível!

Uma mentira pra ser bem mentirosa tem que ter pelo menos, 90% de verdade!


Se tal porcentagem tá certa! Eu te amo um pouco, do muito que é possível! E me iludo com o muito com o que tem me servido. Colocando à mesa banquetes de verdades - Engolindo soluços e arrotando sorrisos. Se essa porcentagem tá correta, vou te esperar num bar,  em frente a lareira, misturando conhaque, subindo a ladeira. Fico aqui e você vai. Marca o dia que volta, no calendário do que ano que vem! E eu espero ontem, o sentimento de hoje, pq amanhã, não voltarás! 

Rezo pra tudo ser mentira! 



segunda-feira, 3 de julho de 2017

Mergulhos rasos


Morreu afogado na própria necessidade! Era um bom inseto. Tranquilo com os homens e horrado com os sapos. Desiludido com a vida. Escolheu mergulhos rasos, à realidades Claras de um candeeiro aceso.

Outras flores


Todos os dias me inspiro em mulheres que brotam em terras inférteis! Em flores guerreiras que não têm cheiro de jasmins, nem cores de azaleias! São flores brutas, flores firmes, flores afrontosas ... E elas brotam em cimento, na ruas, nos becos, nos palanques, nos laboratórios, nos campos de batalhas! Elas inspiram cores, com pétalas de coragem!

De novo, fiquei!

                                         
                                       Meu chão descalço
                                       Que brota despedida
                                       Que mesmo quando vindo
                                       Já foi
                                                                                            Morreu ontem!

                                       Caindo flor por flor
                                       O jardim levantou-se
                                       E já foi
                                                                                      De novo, eu fiquei!

sábado, 22 de abril de 2017

Você entre as nuvens e as sombras.

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Havia um tempo em que as nuvens sincronizavam com as sombras – e eu não fazia ideia da origem mecânica! Hoje, é impossível acompanhar todos os sentimentos. Os ventos não caminham de maneira que me permita flutuar sob sua atmosfera. Então aceite o tempo sentado ao seu lado. Mudo e inquieto. Ele é o melhor que você pode ter. Você vai envelhecer em frente ao espelho e todas as suas expressões irão continuar a mesma - Seus olhos, sua boca e suas veias, ou qualquer outra parte do seu corpo – vai dançar entre as nuvens e as sombras. E então, dominar o tempo!