segunda-feira, 24 de julho de 2017

Poltrona



Eu tenho uma poltrona que fica no canto da sala. E ela nem cor tem. Ela fica imóvel, irracional como os móveis costumam ficar. Mas vez por outra, ela me convida pra um café e fala das coisas dos silêncios. E nela, logo eu tão cheia de cores, apago. Desligo as cores, desligo as vontades. Costumo não falar nada e ela também não interrompe. Esse silêncio é valioso. Assim como o tecido que a veste. Um tecido estragado, sujo, cansado e pesado. Alguns sentimentos valem fortunas porque eles estão lá, disponíveis ao silêncio. Sentimento que costuma ficar no canto da sala, invisível!

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