domingo, 6 de dezembro de 2009

No Palco da Vida


Nessa historia que começo a contar, falo sobre uma bailarina, não como essas de quebra-nozes e nem de lagos de cisnes. Essa não usava sapatilhas, dançava com os pés descalços e empoeirados, e flutuava a centímetros do chão. Vestia meias encardidas, desfiadas pelo tempo. E usava uma saia roda, com flores bordadas que pelo parecer da imundice lhes dava um ar de desflorada. Seus cabelos soltos e curtos, bem emaranhados por tranças soltas de cor castanho Terra. Uma bailarina de comportamento singular, pois de plural apenas os fartos seios, que com belos decotes, lhe soava propositalmente mais como esquecimento da decência do que por posturas de poucas-vergonhas. Olhar curioso, que no passo da dança era acompanhado por um sorriso indecente. Mas bem, agora que já delineie a personagem, voltamos ao curto conto. Era uma vez uma noite quente e estrelada, na qual a moça, que por educação aos leitores lhe denomino assim, resolveu por capricho em vez de bailar La valse ensaiada, quis dançar em outro ritmo. Disse, que pelo pouco que ganhava e pelo quase nada que comia, Ballet algum resistia a um compasso frio, em terras quentes. E foi com esse pretexto, que pela primeira vez se viu bailarina em vez de leve, pesar conflitos. E em vez de valsa, saltar com Sambas!

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