sexta-feira, 19 de março de 2010

“Ela desatinou...”



Ando tão de lado, que esqueci as minhas chaves na porta, que quebrei os meus óculos e agora tudo me parece mais nítido e ilusoriamente mais crédulo. Ando tão livre de materiais que por vezes esqueço-me, e são as esquinas que me carregam, são as ruas quem me acompanham até em casa, é a tranca da porta que apaga a luz enquanto eu adormeço. Esqueci de pagar as contas, eu queimei o torta de queijo, mas eu não fiquei no tempo... Eu fui um segundo para ser menos só. As frestas da porta e a fumaça do incenso apenas lembram-me que ando tão de lado, esquecendo de mim mesma na esquina que cruzei, ou em uma palavra que escrevi.


“E ela ainda está sambando...”

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