sábado, 31 de outubro de 2009

Esquina III


Eles se admiraram, e nesse instante, uma densidade de paz se consolidou ingresse a olhares perdidos. Ela reconheceu naquele olhar o preciso baque de ver a si mesmo. Correu em pensamento na fração de segundos, o reflexo da liberdade de provar o intenso momento. Antes mesmo de cruzar a esquina, prontamente ressalvava no ar uma possibilidade de impossível. Uma fronteira para surpreender-se com a imaginação. Ela deparou com ausência da vivacidade no olhar daquela pessoa a sua frente, o mesmo vazio daquela madruga fria. Confrontou-se com mesma solidão do orvalho da manhã. Degustou através somente de um olhar, o gosto amargo do café da manhã. Ela cruzou a esquina e encontrou numa ilusão azul de olhos perdidos, a vontade de seguir adiante. Ela estava atrasada demais para reviver um passado mais que antigo.

Ele velozmente sentia a frieza da manhã que adentrava pela janela do carro. Penetrava ali, não apenas a melancolia da esperança calada, ou a calmaria que afligia a tranqüilidade conformada. Invadia por ali um olhar, um olhar gelado, branco e intocavelmente frio. Ele olhava para ela com uma sacieis que não mitigava em apreciar. Ele sentia na necessidade de um ligeiro olhar, a vontade de tocar. Naquele instante onde o tempo parecia parar, ele a fitou com respeito como quem se olhava. Enxergou uma incógnita impressão de rever seus sentimentos e de alguma forma decifrar o olhar, como se o visse sendo o próprio. Ela navegava tão causal num cenário impróprio, como se ele a acompanhasse por um breve, um brevíssimo olhar. Dobrou a esquina sem ligar o pisca alerta, olhou a e seguiu em frente. Ele andava exausto demais para novas expectativas.

Na esquina, o desencontro.


PS: É interessante, antes de ler esse texto ler os outros dois, http://mclaraclarol.blogspot.com/2009/09/esquina.html e http://mclaraclarol.blogspot.com/2009/09/esquina.html

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