segunda-feira, 19 de abril de 2010

Você, meu ônus e meu bônus.


Eu quero noves-fora do valor bruto que tu me ofertas, pois, se não inteiro, que deixe eu ser apenas parte do total. E quando eu for pra você o mínimo da Razão, seja em mim a adição do que me resta. Seja essa matemática inexata que absoluta a estimativa. Eu pouco me importo dos resultados, noves-fora, eu quero viver. Quero sentir a audácia de não calcular meus sentindo, de seguir perdendo os números, as cifras e os meus anéis. Se eu for um mínimo do terço sobre o valor bruto, eu me quantifico pra ser teu tempo inteiro.

Eu não me perdi e nem tenho essa pretensão! Entre amar e odiar, respostas como Sim e Não... Começo a desconfiar que há uma diferença entre antes e depois de você.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Quem já foi poesia


Notadamente, quebrei as regras, mudei as cores e pintei os setes! Ainda que tentem, o manual de instruções anda desatualizado. Poucos vão entender o vocábulo! Eu falo pelas paredes que tantas vezes tentei silenciar. Afetuosamente lhes dou esse conselho, continuem sem entende o que digo, ou ouçam melhor os meus passos. Repare bem na velocidade com que caminho, os círculos pelos quais me perco. Eu sei que ando distantemente de uma poesia maior; estou longe de um dia que fui, e do que deixei de ser em outro dia. Resgatar qualquer fantasia em mim, qualquer Luiza, ou Esquinas, um conto que talvez um personagem viesse a mim, tudo passa tão rapidamente, quanto à inutilidade de deter qualquer poesia em mim.

Canção para Clara - Danilo Reis


Clara, o que responder quando a palavra que ofertas é beijo de primeira namorada? Clara, quero te transformar em verbo. E te conjugar para melhor viver. Para melhor viver em mim. Para te clarear de alegria. O que responder quando a palavra que ofertas é teu nome de poesia? Maria Clara de Claro Lira. Rime, menina, rime como um verso de amor. Quero te transformar em verbo. E te rabiscar nas paredes dessa casa onde sinto as mulheres que fui, pois amar é ser o outro. Pois amar é qualquer coisa que não entendo. Venha beber comigo o vinho dos meus 23. Venha cantar uma canção do Tempestade, ou O Livro dos Dias. Venha ver como dirijo mal meu ford Ka de placa MYD 2331. Venha rir das besteiras que falo quando não sei o que dizer. Venha observar todas as caras que visto em minha face de dissimulado. Clara, o que responder quando a palavra que ofertas é palavra nua? Rime, rime. Rime toda a tua beleza em cada gesto que te faz mulher.

Passagem para o meu Universo Paralelo!


A gente quando está junto, é confusão! É como se não soubéssemos se é dia ou noite. Quando você chega, eu desconserto o quarto, o mundo, e você bagunça tudo para deixar do seu jeito, na sua ordem... Da melhor maneira para eu ser sua, e para você ser completo! A gente quando está junto, é sobreposição de nicho*! É você evitando chegar perto, quanto menos longe faz questão de estar. Sou eu me sobre caindo em você, sou eu apenas olhando, enquanto já sou observada... A gente quando está junto, é tudo errado, do modo certo! É o avesso do que se diz, é o contra tempo no instante exato... É cor diferente tentando se Clarear! A gente quando está junto é reticência, é alegria, é vontade que não sacia, é confusão... É o que não se pode evitar!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Danilo, Feliz Aniversário

Se eu pudesse, hoje, eu o presentearia com o meu sorriso mais aberto. Eu seria capaz de guardar este sorriso durante noves anos e mostrá-lo no momento certo. Se eu pudesse, eu o presentearia com um poema de Meireles, com as palavras intrínsecas do Baudelaire e com letras do Cazuza. Se hoje eu pudesse, eu brindaria aos nossos velhos 15 anos, a sua primeira namorada, ao seu primeiro grande amor, a sua primeira banda e aos nossos vinte anos. A sua primeira turma do inglês, ao nosso primeiro salário e ao seu Ford Ka placa MYD2331... Eu brindaria aos seus vinte e três anos, ao poeta que conheci, ao homem por quem me apaixonei e ao amigo que nunca perdi! Hoje eu o presentearia com o beijo no rosto e duas ou três palavras que já ouviu. Eu dançaria uma musica com ele e compraria o primeiro ingresso do show da sua banda. Eu queria presenteá-lo com um forte abraço, com uma boa foto de recordação e com uma sincera lembrança.

Para o mais peculiar de todos os especiais, para ele que é essencial!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Castro Alves dorme enquanto eu bagunço as prosas!


Adoro quando chega essa hora do dia. A Rua Castro Alves parece dormir. São nessas horas que tudo parece se acalmar, a casa fica ainda mais silenciosa. É um momento clichê! É o meu momento preferido. Normalmente eu tenho acabado de voltar da biblioteca, tomo um banho e ouço uma musica antiga. Organizo a louça do jantar, leio alguma coisa sobre conservação ou paleontologia e sento pra escrever. Nem sempre são textos e entre duas ou três frases alguma coisa se torna burocrática! Tomo um café que até então tem se tornado um ótimo companheiro nas horas vagas. Inclusive preciso procurar os descafeinado! Já não assisto à televisão, não sei o que se passa nos noticiários e mal tenho tido tempo para o MSN. Estou gostando de fugir dessa correria, mas penso em quando sobrar uma grana, eu assina uma internet. Ir a Lan Houses se assemelha a visitas em livrarias, a cada dia mais freqüentes e triviais! Engraçado, nessas horas do dia a gente sempre para pra pensar no que aconteceu. E não no que ainda podemos fazer!

Couve Flor e Fichamentos!


Amanhã eu preciso comprar batatinhas e a soja! Vou passar no verdureiro e saber sobre as flores de couve que encomendei. Amanhã eu quero inventar uma sopa e se com sorte, vou aproveitar o clima frio e chamar as meninas pra um chocolate quente. Depois de amanhã, vou reler o Gene Egoísta e Fichar os assuntos de Biogeografia. Vou baixar algumas músicas da Elis e colher umas flores na universidade para os meus gnomos, principalmente pra Gnoma do amor... Ela andou tirando umas férias! À tardinha não posso deixar de concertar a goteira do quarto e descongelar o frízer da Cônsul! Eu já paguei a água e a energia, e troquei os lençóis. Amanhã eu vou deitar na cama e saber que fiz o possível pra ser feliz e o plausível pra acreditar em tudo que andam me dizendo!

domingo, 4 de abril de 2010

Ontem


Não me fale dos seus problemas. Agora, fique apenas longe de mim. Eu não quero mais ser sua, não é a sua companhia que eu quero, eu não quero mais o seu dinheiro e agora, eu já nem quero mais fazer parte disso. Ontem eu gritei, eu os machuquei. Talvez essa seja a primeira vez que magoei alguém de verdade, ontem talvez eu os ferir a sangue frio, mas tudo bem... Com o tempo vocês se acostumam. Eu demorei pra entender porque eu tenho tantas cicatrizes, aí percebi que o problema é que elas cicatrizam rápido demais e a dor some. Ontem eu gritei muito alto com vocês, e aquela revolta foi apenas um silêncio frio e vazio que eu gritei. Ontem eu magoei vocês e não vou pedir desculpas. Ontem vocês não me reconheceram, ontem eu não sangrei, mas ferir!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Um samba pequeno e de rima fácil


Você nunca tinha me visto sambar. E como tantas outras coisas que desconheces em mim, eu guardei uma verso bonito pra você. Mas como já dizia o Jorge Ben, “pedi você pra esperar cinco minutos, e só você foi embora sem me atender...” Você entre muitos poemas foi leitor, e eu te guardei um verso pequeno e de rima fácil. Ele tinha cadencia e nele eu sambava só pra você, eu movia sem pressa. Você não percebeu que eu trago molejo, que eu levo a vida em um eterno samba, “escondido que é pra ninguém reparar”... Amanhã eu vou sambar, mas vou sambar pro meu samba. Eu vou sambar pra te deixar!

Na estrada tudo estava vazio, inclusive eu...


Eu vou aproveitar a estrada pra me esquecer em cada quilometro rodado! Vou virando as paginas até que o final dessa estória chegue. Eu já li dramas mais emocionantes onde o vilão tinha mais caráter. Eu vou aproveitar que peguei a estrada, e vou pegar essas palavras soltas e fazer um texto, quem sabe um samba novo, tão logo com versos mais altos. Agora que já estou nessa estrada e já passei dos 120, vou tirar o sinto de segurança e cantar Blowin’ in The Wind... Quem sabe a estrada entenda o refrão e me permita acreditar no céu novamente!

As minhas verdades tão incrédulas!


Eu já não acredito em muita coisa. Não acredito em Papai Noel e nem que meus anseios cairão por uma chaminé. Nem creio que quem acredita sempre alcança! Ando pensando em mudar alguns conceitos e maldiçoar vagos pensamentos. Como agora tenho a mania de voltar pra casa mais vazia, estou pensando em comprar tintas novas e colori o meu céu. Pintar as minhas paredes e trocar minhas fechaduras. Eu vou Clareando as madrugadas com uma, duas ou três taças de vinho e uma canção do Alceu. Eu já não acreditava em contos de fadas, e agora... Eu já não acredito mais em você!