sábado, 8 de agosto de 2020

Quando o sertão se veste de cinza


Quando o sertão perde a cor
E nem a luz do candeeiro ascende
É hora de imaginar um Deus, bicho valente
Que resiste nas secas duras.
É hora de rastejar, procurando a criatura
Que aguarda com doçura os brotos a as sementes.

Quando o sertão se veste de cinza.
E o céu se carrega de dor
Se acalme, bicho valente
Amanhã já tem cor
Na hora certa vai ter fruto
O sertão é resiliente

Quando se escurece, fique crente
Amanhã tem mandacaru com flor 

terça-feira, 26 de maio de 2020

Apetite


Me levei pra jantar. Metade de mim escolheu Pinot Noir. E entre duas e três taças, a outra metade se hidratava. Achei bonito o jeito que eu me cuidei. Me ouvi baixinho, meio tímida, assuntos aleatórios e o jantar chegou. Dizem que vinho abre o apetite, mas também, depois de tantos dias ali, sozinha, convivendo com os silêncios dos carros, eu sentia uma fome capaz de devorar até o impalatável dos olhos vazios. Eu me levei pra jantar e dois vinhos mais tarde, transei comigo mesma. No outro dia, me liguei. Vamo vê no que vai dar...

sábado, 23 de novembro de 2019

Voltas no teu sistema solar



Talvez o que você não sabia é que tivemos tempo pra você notar que as minhas não urgências era menos urgentes, mas necessárias. Peguei estradas e caminhos de volta: viagens longas pra te entregar meu sorriso. O tempo se acostumou com as minhas chegadas, a liberdade com as minhas voltas em torno de ti e do Sol: Eu não me acostumei! Queria tudo aquilo que pra você não fazia sentido. Foi bem aí que a gente se perdeu. Você se acostumou comigo sempre indo, eu meio tonta, meio perdida, não queria mais volta! 

sexta-feira, 8 de março de 2019

Voltando ao lugar da poesia!



Existe uma prancha de surf no lado esquerdo da sala. Meu lado esquerdo sempre foi mais radical! Nunca dei ouvidos aos berros de adolecente do meu lado esquedo. Hoje, eu me equilibro! Eu estou deitada na sala e os dois gatos saltam meu corpo. Estamos aqui aproveitando essas sexta-feira como velhos amigos. Ouvindo música, tomando uma cerveja e fazendo poesia. A liberdade sempre esteve no meio dessa sala... no chão, com a cabeça encostada do sofá.  Eu sou o melhor lugar do mundo! 

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Por quanto tempo?



Quando eu era miudinha, e gostava de olhar pra azulejo de banheiro quebrado, eu era o lugar que eu sou! Era meu lugar favorito e conseguia perder horas e horas só olhando... Por quanto tempo eu fiquei ali parada até o próprio tempo me trincar como um azulejo?! 

terça-feira, 10 de julho de 2018

TPM - Só para as loucas sábias!


Olhe... Desconheço se existe coisa mais doida que gostar de ficar de TPM!!! Parece desculpa pra gente ficar deitada no sofá ouvindo música, com uma taça de vinho e esperando o jantar ficar pronto... E ainda classificar esse momento maravilhosos de TRISTEZA! Sem contar que a nossa "normalzinha" playlist do Spotify se transforma em uma seleção de músicas fossas que nos afunda ainda mais no sofá. (...) Putz!!!!!!!! Saquei agora que deve ser horrível ser homem!!!! Imagina, os caras não podem nem dar a sem-culpa/desculpa de "tô de TPM, não enche!"?! (...) Mas é  isso mesmo... a gente carregar esse monte de hormônio, tudo pra procriar e dar adiante o gene... nãm...aff!!!A gente merece mesmo a TPM, graças a Deus! De fato, esses hormônios parecem uma mala pesada. Mas esse momento exato do sofá, das mil perguntas na cabeça, das exposições desnecessárias dos nosso medos são realmente importantes para a nossa construção crítica! A gente cresce com cada TPM!!! Porra, ser mulher é massa demais!

quarta-feira, 27 de junho de 2018

&

Salve a minha solidão
que diferente de tantas
me pinta!
Chegamos a um grau
De intimidade
Onde quase somos
Amantes / Danças & Sorrisos

Livres: Abraçamos o frio
& nos abraçamos.

Minha solidão não me prende
Permite andar entre colos
& poesias

Silêncios: Absoluta ausência de sons
 & ela me chama para dançar

Encosto meu rosto no vento
sinto o calor de suas mãos
& dançamos

{Outro dia na fila do banheiro encontrei a solidão numa noite agitada. Foram 12 minutos de espera num fila}

A gente só se olhava.
Ela entrou primeiro
Saiu    ...
Passou de costas pra mim
& em um toque sutil e rápido
segurou a minha mão

Deslizamos como uma dança


  • Eu e a minha solidão!

sábado, 21 de abril de 2018

domingo, 5 de novembro de 2017

Medo x Medo


Parece que tem dia que o Caba teima em testar a paciência pelas berada, devagazin, matano na unha... Vez por outra são 7 cumade florzinha, 4 chupa cabra e dois curupira testando minha corage, esperando que eu desista. Corage... corage mermo, eu não tenho muito não, seno sincera. Mas se tem uma coisa que minha mãe num me criou, foi preu ser cabra frouxa!!!! Derrubo tudin... medo por medo!!!!!

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Meu medo de estrelas e um amor contado.



Quando eu tinha verrugas e medo de contar estrelas, eu já morria de amor. Amava um menino que morava duas ruas antes da minha. E passava de bicicleta todos os dias na frente da sua casa. Não lembro o nome da rua e nem o nome do menino, mas guardo na memória o formato, a cor e textura da caixa do correio de sua casa. Escrevia cartas decisivas e declarações esclarecedoras, e pedalava duas quadras antes da minha, desviando os buracos da rua. Ao chegar perto, corria. Pedalava depressa com medo de ser vista por alguém que nunca existiu. É como eu disse: aos oito anos de idade, medo e verrugas eu realmente tinha, já o amor, eu inventava!